A sociedade está constituída sob o ponto de vista da classificação
sexual nas diferenças anatômicas entre os sexos feminino e masculino. Para a
compreensão das relações humanas não se observa apenas os sexos, mas o que foi
construído social e culturalmente sobre eles. As travestis fogem desse padrão,
apesar de uma anatomia sexual masculina, elas assumem uma nova identidade,
condutas, modos de vestir, adereços e comportam-se como se fossem do sexo
feminino, resultando em discriminação e preconceito. Frente essas considerações
foram analisados juntos as travestis, como percebem, lidam e são atendidas por
profissionais de Enfermagem em instituições de saúde. No estudo, todas as
entrevistadas sobrevivem exclusivamente da prostituição, não possuem planos de
saúde e quando necessitam de cuidados médico recorrem ao SUS, em última
instância; pois quando tem recursos financeiros preferem a automedicação. Ao
recorrerem aos serviços de saúde, queixam-se da falta de respeito e
discriminação por parte de toda equipe de saúde, desde a falta de atenção,
comentários desrespeitosos sobre a sua identidade de gênero, a desumanização no
cuidado e até mesmo a negligência no atendimento. No que se refere ao
atendimento de Enfermagem, o profissional tem o dever de cuidar contemplando a
responsabilidade pela promoção da saúde e o alívio do sofrimento do ser humano
em sua integralidade. Nesse aspecto os profissionais de Enfermagem tem seu comprometimento
com a saúde, qualidade de vida, atuando na promoção, recuperação e reabilitação
com autonomia e em conformidade com os preceitos éticos que regem a categoria.
Nos serviços de saúde, onde as travestis buscam atendimento, elas são alvos de
piadinhas e de atitudes discriminatórias que contribui de forma relevante para
o agravamento do seu estado de saúde, sem considerar as repercussões
psicoemocionais ocasionadas. Os sujeitos entrevistado acusam a Enfermagem como
fator relevante para a execução de atitudes preconceituosas e discriminatórias
no atendimento, que vai contra os fundamentos da profissão. Com isso evidenciam
o imperativo não apenas da Enfermagem, mas de outros profissionais de saúde em
ignorarem a identidade de gênero e o desconhecimento de leis que garantem a
sensibilização e a promoção da humanização no atendimento. Como enfermeiro
deve-se assistir e acolher o outro, independente de cor, raça, orientação
sexual, credo ou estilo de vida do cliente. Esperamos que com isso, possamos
proporcionar legitimidade, igualdade e aprimoramento do cuidado de Enfermagem
às travestis, possibilitando a evitar e minimizar o preconceito.
Porcino
A., Carlos. A travesti e o profissional
de enfermagem: humanização como contribuição para diminuir o preconceito e
promover o respeito à expressão e identidade de gênero. 15 a 17 maio 2013.
Disponível em: <http://www.uneb.br/enlacandosexualidades/files/2013/06/A-travesti-e-o-profissional-de-enfermagem-humaniza%C3%A7%C3%A3o-como-contribui%C3%A7%C3%A3o-para-diminuir-o-preconceito-e-promover-o-respeito-%C3%A0-express%C3%A3o-e-identidade-de-g%C3%AAnero.pdf> Acesso em: 7 out. 2013.
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