quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Considerações dos Alunos á cerca da Prática Investigativa

Ana Luiza Almeida Pimentel: 

 A experiência em pratica investigativa que tivemos durante a elaboração deste trabalho foi de grande importância, abordamos um tema pouco discutido, falado, discriminado e polemico: A Enfermagem as Travestis e a Prostituição. Através da leitura de artigos, analise e argumentos da musica Geni e Zepelim de Chico Buarque, fizemos estudos da atual situação do atendimento realizado as Travestis (todas abordadas no artigo trabalhavam como prostitutas)principalmente na rede SUS, sendo estas alvos de piadinhas, atitudes discriminatórias e não há acomodação certa ala feminina ou masculina. Com o estudo, pudemos concluir que o profissional de Enfermagem tem o comprometimento com a saúde, qualidade de vida, deve atuar na promoção, recuperação e reabilitação, com os preceitos éticos. A atual sociedade esta em constante mudança, e para sermos verdadeiros profissionais devemos respeitar as escolhas, culturas e costumes, devemos acolher o outro sem preconceito independentemente de cor, raça, orientação sexual
ou religião para assim evitarmos e minimizarmos os preconceitos.

- Camila Campolina Carvalho:

Após essa prática investigativa, eu pude conhecer como as travestis se sentem ao serem atendidas pelos profissionais da Enfermagem, que as tratam com atitudes discriminatórias e piadas, contribuindo para o agravamento do seu estado de saúde e causando, até mesmo, danos emocionais. Essa discriminação começa na formação do Enfermeiro, pois são poucas as Universidades e professores que trabalham com esses profissionais que esses pacientes devem ser tratados com a mesma humanização, igualdade, integralidade e respeito que os outros. Essa prática foi de suma importância para mudar o meu olhar para esses cidadãos, pois, agora, eu vou vê- los como pessoas extremamente sensíveis que buscam mais do que o alívio do seu sofrimento, mas segurança. Além disso, como a Enfermagem está ao lado do paciente, ela pode contribuir para que as travestis se sintam acolhidas, protegidas, respeitadas e aderem aos tratamentos.

- Isabella Dias de Carvalho:

A Prática Investigativa nos fez atentar mais ao que ocorre em nosso meio, preconceitos, violências, desmoralização, sofrimento, uma sociedade que não sabe lidar com o próximo, que não sabe dar o respeito devido. Nós como futuros profissionais da saúde devemos estar atentos á isso e lutar para mudanças, buscar sempre um atendimento humanizado e igual a todos, independente de cor, sexo, raça, entre outros.  O artigo mostra a clara realidade de travestis e tudo que eles tem passado em relação á saúde, o SUS e a atitude de profissionais de saúde que deveria ser de excelência deixa muito a desejar, devemos aprender a saber separar as coisas e sempre tratar á todos com muito respeito e dignidade.  O Trabalho foi muito proveitoso, e creio que todos foram bastante envolvidos em tudo e principalmente a reflexão após este trabalho foi grande, o artigo escolhido foi muito bem elaborado pelos autores e nos chamou muito a atenção. A música Geni e Zepelim retrata uma realidade triste e de vergonha para Geni, para o Brasil, sempre discriminada e acusada pelos seus atos, as pessoas julgam sem pensar no próximo. Por mim, fica a reflexão : "O que fazer para mudar isto?" .

- Jéssica Vieira  Salomão

O trabalho sobre a música da “Geni e o Zepelim” foi de modo muito proveitoso, pois apreendemos que o preconceito embora camuflado ainda esteja presente e atuante na nossa sociedade, portanto posso afirmar que a presente canção dita inicialmente foi importante e denunciou de forma irônica a realidade em que nós vivemos; em tempos passados foi fortemente censurada toda e qualquer forma de reivindicação da liberdade de expressão dos grupos dos travestis, prostitutas, gays, entre outros. Eles tiveram apoio dos diferentes grupos musicais que defenderam sua causa e buscaram de formar contra censura pra defenderem, denunciar, enfrentar, o sistema que é apoiado na base do gênero masculino e feminino eliminando qualquer outro gênero como o gay; o que é evidenciado no artigo ” a humanização de enfermagem para a diminuição do preconceito ao atendimento as travestis” mostrando como que até hoje há preconceito e inclusive no atendimento as travesti que muita das vezes preferem se alto medicar do que procurar atendimento médico e isso resulta na piora do estado das travesti que estão doentes ou com sintomas de alguma doença. Então o trabalho nos proporcionou além de conhecimento trouxe-nos também uma reflexão sobre os direitos e deveres de um enfermeiro assim como o da paciente travesti que tem o direito de ser reconhecida pela sociedade como uma pessoa igual a todas, aproveitando da mesma liberdade de todos nós membros de uma mesma sociedade.

- Rondinelli Geraldo Silva:
A interpretação da composição de Chico Buarque, Geni e o Zepelim,revela a crítica à hipocrisia, ao falso moralismo, o preconceito e a discriminação da sociedade da época, e que é percebida até os dias atuais. A personagem central, Geni, é uma travesti que exerce atividades de prostituição e seus atos e hábitos são recusados pela sociedade de maneira hostil e agressiva. O enredo é uma alusão ao período histórico em que o país se encontrava, em plena ditadura milita, no qual se vivenciava fortes imposições na liberdade de expressão dos brasileiros. Com base no exposto acima, a sociedade caracteriza e determina a classificação sexual nos determinantes anatômicos, entre feminino e masculino, e não na composição dos valores socioculturais de cada indivíduo. O preconceito e a discriminação sobre a identidade de gênero estão presentes em todos os aspectos de vivência do ser humano, até mesmo em ambientes de saúde, onde se deveria prevalecer à ideia de humanização. A correlação do personagem com práticas investigativas em Enfermagem constata que o preconceito é evidente aonde as travestis procuram assistência de saúde. O Enfermeiro é o responsável pelo acolhimento, cuidado e alívio do sofrimento do ser humano, capaz de promover, prevenir e recuperá-lo dos agravos que o atingem e que possam vir atingi-lo. O não cumprimento de leis que garantem a sensibilização e promoção da humanização no atendimento de Enfermagem faz com que o atendimento aos indivíduos seja mecanicista e desumano. A prática de Enfermagem deve atender as necessidades do indivíduo, independentemente de cor, raça, religião e sexo, garantindo serviços saúde na sua totalidade.

- Suellen Regina Torres Machado:
 Ainda existe muito preconceito em relação aos travestis, principalmente nos centros de saúde. percebi que o preconceito e muito maior quando o gênero masculino e a travesti, já que a mulher que se transforma também e considerada travesti, mas a sociedade e muito machista e ter um homem vestido de mulher e algo inaceitável, e quando a mulher que se veste de homem, não é tão descriminada assim. É muito triste saber que as travestis tem q se esconder diante da população por não aceita-las. Adorei fazer o trabalho, conhecer o mundo delas e entende-las, e passar um pouco dessa experiência.




Introdução

HUMANIZAÇÃO DE ENFERMAGEM PARA A DIMINUIÇÃO DO PRECONCEITO NO ATENDIMENTO AS TRAVESTIS.

A sociedade está constituída sob o ponto de vista da classificação sexual nas diferenças anatômicas entre os sexos feminino e masculino. Para a compreensão das relações humanas não se deve observar apenas os sexos, mas o que foi construído social e culturalmente sobre eles. As travestis fogem desse padrão, apesar de uma anatomia sexual masculina, elas assumem uma nova identidade, condutas, modos de vestir, e comporta-se que seriam do sexo feminino, resultando em discriminação e preconceito. Frente essas considerações foram analisados juntos as travestis, como percebem, lidam e são atendidas por profissionais de Enfermagem em instituições de saúde. Ao recorrerem aos serviços de saúde, queixam-se da falta de respeito e discriminação por parte de toda equipe de saúde sobre a sua identidade de gênero. No que se refere ao atendimento, o enfermeiro tem o dever de cuidar, contemplando a responsabilidade pela promoção da saúde e o alívio do sofrimento do ser humano em sua integralidade. Com isso evidenciam o imperativo não apenas da Enfermagem, mas de outros profissionais de saúde em ignorarem a identidade de gênero e o desconhecimento de leis que garantem a sensibilização e a promoção da humanização no atendimento. Os enfermeiros devem assistir e acolher o outro, independente de cor, raça, orientação sexual, credo ou estilo de vida do cliente. Espera-se que com isso, possa-se proporcionar legitimidade, igualdade e aprimoramento do cuidado de Enfermagem às travestis, possibilitando a evitar e minimizar o preconceito.

Palavras- chave: travestis, Enfermagem, discriminação.


Porcino A., Carlos. A travesti e o profissional de enfermagem: humanização como contribuição para diminuir o preconceito e promover o respeito à expressão e identidade de gênero. 17 maio 2013. Disponível em: <http://www.uneb.br/enlacandosexualidades/files/2013/06/A-travesti-e-o-profissional-de-enfermagem-humaniza%C3%A7%C3%A3o-como-contribui%C3%A7%C3%A3o-para-diminuir-o-preconceito-e-promover-o-respeito-%C3%A0-express%C3%A3o-e-identidade-de-g%C3%AAnero.pdf>. Acesso em: 05 out.2013.

SUS X TRAVESTIS


A partir do estudo do artigo “A travesti e o profissional de Enfermagem: humanização como contribuição para diminuir o preconceito e promover o respeito à expressão e identidade de gênero”, podemos perceber que as travestis são atendidas pelos profissionais de Enfermagem com discriminação, preconceito, falta de respeito e atenção. A seguir são algumas falas dessas pacientes retratando a forma como percebem, lidam e são atendidas por esses profissionais em centros de saúde e hospitais da rede pública de Salvador.
[...] eu nunca precisei me internar, mas nos postos que eu vou o atendimento é bom, mas a “piadinha” a gente nunca deixa escutar. (Informante 3).
[...] tem umas enfermeiras gente boa! Mas, têm outras que “ninguém merece!” Parece que a gente é bicho de outro mundo. (Informante 2)
[...] é horrível, pois apesar de já ter pedido para que colocasse em cima de minha ficha o meu nome social, nunca fui atendida. Parece que o negócio é feito de propósito, prá humilhar a gente. (Informante 2).
[...] deviam respeitar os direitos humanos que todos nós temos. Pois eu acho que cada um tem o direito de ser o que é. Nem por isto, a gente deve ser humilhada. É um gesto simples e, a gente saia de lá bem mais satisfeita, não é? (Informante 5).
 [...] sempre me chamam pelo nome da identidade. É muito constrangimento que a gente passa. É hora mais constrangedora, principalmente quando a gente precisa ser internada, pois sempre botam a gente nas enfermarias de homem. O constrangimento seria menor se botasse a gente junto com as mulheres. Será que todo esse vexame que a gente passa não piora o nosso quadro quando tamos internadas? (Informante 6).
[...] Já sim! Porque travesti [...] eles têm como se fosse um bicho do mato [...] uma coisa do outro mundo, pois devem se acostumar, pois somos seres humanos como qualquer um! Tenho uma amiga que tá com suspeita de câncer de próstata e, ela me disse que sabe que vai morrer, mas não vai mais ao médico. Ela disse que riram de sua cara. Como pode uma pessoa que se apresenta como mulher ter próstata. Isso é o fim do mundo! A mona disse que teve vontade de se suicidar. Já pensou? (Informante 2).
 [...] Imagine só, que uma enfermeira, chegou prá mim e disse que eu devia ter vergonha de ser homem e, tá vestido de mulher. Que no tempo dela (ela aparentava ter uns 50 anos) eu tinha apanhado de pau e, muito. Muito mesmo! Pense aí! Será que isso não é preconceito? Saí de lá arrasada! Nunca consegui esquecer dessa cena (a fala foi interrompida por episódio de choro). É como se fosse hoje. (Informante 5).
Percebemos que ainda há diversas polêmicas sobre o assunto e os próprios profissionais de saúde têm muitas dificuldades ao lidar com isso. O SUS tem criado várias campanhas de incentivo a prevenção do preconceito. Mas são necessárias grandes mudanças, para melhor atendimento as travestis, pois estas tem direitos, garantidos por lei, de serem atendidas pelo nome pelo qual prefere ser chamada, com humanização, sem discriminação, restrição e negação. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Prostitutas x sociedade

- A prostituição feminina sempre foi um tema marcado por preconceitos e estigmas. Mesmo conhecida como uma das profissões mais antigas do mundo, ainda é possível identificar que a prática do "sexo por dinheiro" é vista com ojeriza por parte da sociedade. Trazendo essa constatação para perto de nós, estudo realizado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) mostra como a imagem da prostituição continua recebendo um olhar repressivo e como as próprias meretrizes enxergam a profissão.

- Diante da situação em que atuam as profissionais do sexo, muitas vezes o preconceito assume a forma de violência física.

- Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde do Brasil, 40% das prostitutas está na profissão há mais ou menos quatro anos, sugerindo uma ligação entre prostituição e juventude. O Centro de Educação Sexual, ONG que trabalha com garotas e garotos de programa do Rio de Janeiro e Niterói, estima que a maioria dessas pessoas se prostitui para sobreviver e guarda a esperança de encontrar um grande amor e mudar de vida. 

- O campo de atuação não cessa de expandir: nos meios de comunicação é cada maior o número de propostas de “serviços personalizados”, seja por meio de anúncios em jornais e/ou revistas (de forma explícita ou velada), na televisão, via telefone ou MSN. Nos sites da Internet, onde (quase) todas as fantasias sexuais podem ser realizadas mediante pagamento que varia segundo a extravagância da demanda, surgiu a prostituição virtual: sexo vendido por meio de imagens fotográficas, filmes, e mesmo “ao vivo”, via webcam.

- A maior parte da sociedade não aceita a prostituição, agregando a isso a perca de moral de valor á mulher.   



CECCARELLI, Paulo Roberto. Prostituição: corpo como mercadoria. Mente & Cérebro-Sexo vol. 4 (edição especial). Dez. 2008. Disponível em: <http://ceccarelli.psc.br/pt/?page_id=157>. Acesso em: 25 nov. 2013.

LIMA, Maíra. Prostituta x sociedade: estudo aponta como o "sexo por dinheiro" é visto. 19 jun. 2009. Disponível em: <http://infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=86836&titulo=educacao> . Acesso em: 25 nov. 2013.

Entrevista com Tereza Brant

Tereza Brant, fez uma entrevista á TV R7, Rede Record de televisão.


 


"No meio dos amigos, é impossível dizer quem é a Tereza. A jovem de 20 anos, que toma hormônios para ter aparência de menino, tem o cabelo com corte masculino, a sobrancelha grossa, pelos no rosto e se veste como homem. E outro detalhe: a voz dela já não é mais feminina."

BRANT,Tereza. Entrevista publicada no portal R7. 26 ago. 2013. Disponível em: 
<videos.r7.com/gato-que-e-menina-se-surpreende-com-barba-e-voz-masculina/idmedia/521be59f0cf279513cafcab2.html> Acesso em: 25 nov. 2013.

Significado da música Geni e o Zepelim

- Foi uma das músicas mais divulgadas e de maior sucesso da "Ópera do Malandro" um musical de 1977,1978 ;

- A música Expressa á crítica á hipocrisia e ao poder, ela reinou nos conhecidos "anos de ferro", em plena ditatura militar no Brasil.

- Foi Escrita por Chico Buarque de Holanda.
Chico Buarque nascido em 1944,19 de junho na cidade do rio de Janeiro é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da MPB. Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.

Inspiração: 
Algumas fontes indicam que o personagem Geni teria sido inspirado naquele de mesmo nome da peça Toda Nudez será castigada, de Nelson Rodrigues, lançada em 1965.

Significado:
A letra descreve, em versos, a longa história que define o episódio ocorrido com Geni, uma travesti (segundo representado na "Ópera do Malandro" e expresso em partes da letra ), que era hostilizada na cidade. Diante de uma ameaça de ataque de um Zepelim o comandante se encanta com os dotes de Geni, que acaba sendo provisoriamente tratada de um modo diferenciado pelos seus detratores. Passada a ameaça, ela retorna ao seu dia-a-dia normal, no qual as pessoas a ofendiam e excluíam, revelando o caráter pseudo-moralista e hipócrita da sociedade. A música mostra o grande preconceito da sociedade em relação aos travestis.

- Há também uma interpretação que diz : Geni é na verdade nossa pátria, tão abusada por todos, o Zepelim são os estrangeiros, que sempre foram donos do Brasil. Analisa o período do regime militar, desde 1964, e a economia do Brasil, sob tamanha influências estrangeiras.





ALMEIDA, Roberto.  Blog do Roberto Almeida. Disponível em:<  http://robertoalmeidacsc.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html>. Acesso em: 23 nov. 2013.

Geni e o Zepelim. Significado da música. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Geni_e_o_Zepelim>. Acesso em: 25 nov. 2013.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tereza Brant

Tereza Brant tem 20 anos e, apesar do visual masculino, engana muita gente. A mineira nasceu como menina e passou a tomar hormônios injetáveis masculino, e com muita malhação, ganhou voz grave, músculos e pelos pelo corpo.
A garota que deixa qualquer mulher de boca aberta, sim Tereza Brant saiu do anonimato para se tornar uma fenômeno. 
Ela ultrapassou todos os tabus, preconceitos e rejeições. Garotas héteros, declaram em rede social que ficaria com Tereza sem maiores problemas.


GABRIEL, Pedro. Blog do pedro gabrielTereza Brant, a mulher com aparência de homem mais desejada do Rio de Janeiro. Disponível em:<http://www.blogdopedrogabriel.com/2013/08/tereza-brant-mulher-com-aparencia-de.html>. Acesso em: 22 nov. 2013.

Mapa conceitual

TORRES, Suellen. Mapa conceitual: humanização de enfermagem para a diminuição do preconceito no atendimento às travestis, 2013. Disponível e<http://prezi.com/1bqajy_asizw/sociedade/>. Acesso em: 21 nov. 2013.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Letra da música Geni e Zepelim

Geni e o Zepelim

Chico Buarque

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada.
O seu corpo é dos errantes,
Dos cegos, dos retirantes;
É de quem não tem mais nada.
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina,
Atrás do tanque, no mato.
É a rainha dos detentos,
Das loucas, dos lazarentos,
Dos moleques do internato.
E também vai amiúde
Co'os os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir.
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
"Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!"
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim.
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia,
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo: "Mudei de idéia!
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniqüidade,
Resolvi tudo explodir,
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir".
Essa dama era Geni!
Mas não pode ser Geni!
Ela é feita pra apanhar;
Ela é boa de cuspir;
Ela dá pra qualquer um;
Maldita Geni!
Mas de fato, logo ela,
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro.
O guerreiro tão vistoso,
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro.
Acontece que a donzela
(E isso era segredo dela),
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre,
Tão cheirando a brilho e a cobre,
Preferia amar com os bichos.
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão:
O prefeito de joelhos,
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão.
Vai com ele, vai Geni!
Vai com ele, vai Geni!
Você pode nos salvar!
Você vai nos redimir!
Você dá pra qualquer um!
Bendita Geni!
Foram tantos os pedidos,
Tão sinceros, tão sentidos,
Que ela dominou seu asco.
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco.
Ele fez tanta sujeira,
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado.
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir,
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir:
"Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
Ela é feita pra apanhar!vl
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!

HOLANDA, Chico Buarque. Letra da música: geni e o zepelim. 1979. Disponível em: <http://letras.mus.br/chico-buarque/77259/>. Acesso em: 02 nov. 2013.

HUMANIZAÇÃO DE ENFERMAGEM PARA A DIMINUIÇÃO DO PRECONCEITO NO ATENDIMENTO AS TRAVESTIS.




A sociedade está constituída sob o ponto de vista da classificação sexual nas diferenças anatômicas entre os sexos feminino e masculino. Para a compreensão das relações humanas não se observa apenas os sexos, mas o que foi construído social e culturalmente sobre eles. As travestis fogem desse padrão, apesar de uma anatomia sexual masculina, elas assumem uma nova identidade, condutas, modos de vestir, adereços e comportam-se como se fossem do sexo feminino, resultando em discriminação e preconceito. Frente essas considerações foram analisados juntos as travestis, como percebem, lidam e são atendidas por profissionais de Enfermagem em instituições de saúde. No estudo, todas as entrevistadas sobrevivem exclusivamente da prostituição, não possuem planos de saúde e quando necessitam de cuidados médico recorrem ao SUS, em última instância; pois quando tem recursos financeiros preferem a automedicação. Ao recorrerem aos serviços de saúde, queixam-se da falta de respeito e discriminação por parte de toda equipe de saúde, desde a falta de atenção, comentários desrespeitosos sobre a sua identidade de gênero, a desumanização no cuidado e até mesmo a negligência no atendimento. No que se refere ao atendimento de Enfermagem, o profissional tem o dever de cuidar contemplando a responsabilidade pela promoção da saúde e o alívio do sofrimento do ser humano em sua integralidade. Nesse aspecto os profissionais de Enfermagem tem seu comprometimento com a saúde, qualidade de vida, atuando na promoção, recuperação e reabilitação com autonomia e em conformidade com os preceitos éticos que regem a categoria. Nos serviços de saúde, onde as travestis buscam atendimento, elas são alvos de piadinhas e de atitudes discriminatórias que contribui de forma relevante para o agravamento do seu estado de saúde, sem considerar as repercussões psicoemocionais ocasionadas. Os sujeitos entrevistado acusam a Enfermagem como fator relevante para a execução de atitudes preconceituosas e discriminatórias no atendimento, que vai contra os fundamentos da profissão. Com isso evidenciam o imperativo não apenas da Enfermagem, mas de outros profissionais de saúde em ignorarem a identidade de gênero e o desconhecimento de leis que garantem a sensibilização e a promoção da humanização no atendimento. Como enfermeiro deve-se assistir e acolher o outro, independente de cor, raça, orientação sexual, credo ou estilo de vida do cliente. Esperamos que com isso, possamos proporcionar legitimidade, igualdade e aprimoramento do cuidado de Enfermagem às travestis, possibilitando a evitar e minimizar o preconceito.

Resumo elaborado pelo grupo: Ana Luiza Almeida, Camila Campolina, Isabella Dias, Jéssica Vieira, Rondinelli Geraldo Silva, Suellen Torres.


Porcino A., Carlos. A travesti e o profissional de enfermagem: humanização como contribuição para diminuir o preconceito e promover o respeito à expressão e identidade de gênero. 15 a 17 maio 2013. Disponível em: <http://www.uneb.br/enlacandosexualidades/files/2013/06/A-travesti-e-o-profissional-de-enfermagem-humaniza%C3%A7%C3%A3o-como-contribui%C3%A7%C3%A3o-para-diminuir-o-preconceito-e-promover-o-respeito-%C3%A0-express%C3%A3o-e-identidade-de-g%C3%AAnero.pdf> Acesso em: 7 out. 2013.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Qual o pensamento da sociedade em relação aos travestis?

O preconceito e a visão etnocêntrica  (ver o outro com aquilo que acho que é certo, julgar sem realmente conhecer)  tem se mostrado cada vez mais forte no meio da sociedade, então deixamos a pergunta: " O que fazer para mudar isso ? "





"Quero limpar meu nome", diz a travesti Patrícia Araújo. TV Canal 13. 21 abril. 2013. Disponível em: <http://www.tvcanal13.com/noticias/quero-limpar-a-minha-imagem-diz-a-travesti-patricia-araujo-51731.html>. Acesso em: 22 nov. 2013.






"